Mercado de Luxo imune a crise começa dar sinais de vulnerabilidade!
Marcas de luxo deixam o Brasil devido ao câmbio desvalorizado, alta tributação, e vendas que não conseguem cobrir custos operacionais. Os consumidores brasileiros acabam comprando produtos de luxo em suas viagens internacionais e isso concorre com as vendas nas lojas locais. O mercado brasileiro atualmente vem se apresentando bastante difícil.
Segundo estudo realizado pela SPC Brasil em 2015, três em cada dez consumidores compram artigos de luxo durante a viagem e os itens mais procurados são sapatos e perfumes. Os brasileiros são considerados excelentes clientes.
Atualmente o preço médio dos produtos estrangeiros no Brasil é em media 40% maior que nos principais mercados como Estados Unidos e Europa.
O interesse dos investidores pelo Brasil começou de 2007 a 2009, com a perspectiva de expansão da economia, grifes globais chegaram ao Brasil, muitas marcas prosperaram graças ao aumento do poder de compra e do consumo dos brasileiros e o aquecimento da economia. A abertura de Shopping Centers totalmente dedicados ao mercado de luxo, como o JK e o Shopping Cidade Jardim também foram um grande incentivo para grandes marcas de luxo se estabelecerem aqui no mercado. Dolce & Gabbana, Gucci, Ermenegildo Zegna Dior, Chanel, Burberry, Louis Vuitton, Cartier, Vacheron Constantin, Tag Heuer, Longchamp. Muitas dessas marcas já haviam testado o mercado por meio da Daslu.
Os shoppings de luxo investiram muito nos últimos anos para oferecer um mix de marcas diferenciado. Eles trouxeram e facilitaram a vinda de muitas marcas de luxo internacional que provavelmente algumas não estariam preparadas para um mercado tão instável e complexo como o do Brasil. Muitas marcas se estabeleceram com uma única loja e sem nenhum plano de expansão, pois nenhuma marca de luxo sobrevive com apenas um ponto de venda, por isso algumas se frustraram.
Outras mesmo com investimento e planejamento, dez anos após, decidem deixar o Brasil. Marcas, como a britânica Lush em 2018, tomaram a decisão de deixar o território brasileiro. A Kiehl’s, que era vinculada à L’Oréal Brasil, segue o mesmo rumo e anunciou que, a partir de março de 2019, os produtos serão vendidos somente on-line. A marca italiana Versace também decidiu fechar sua loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo.
A marca italiana Roberto Cavalli fecha loja no Iguatemi e Ralph Lauren fecha sua flagship no Shopping Cidade Jardim. No Brasil permanecerá apenas a linha Polo Ralph Lauren, que é a mais acessível.
A saída da Vans e da Timberland do Brasil ocorre após pouco mais de um ano de atividades. As duas marcas tinham chegado no País em 2017 operando diretamente. Até então, elas mantinham um acordo de licenciamento com empresas brasileiras, como a Alpargatas, com a qual colaborava desde 1996.
A marca francesa Longchamp, que chegou no Brasil em 2008 e saiu em 2017. Outra rede francesa, Vilebrequin, que chegou no Brasil em 2008 e saiu em 2016. Assim como a marca de camisetas Fred Perry, que estava no mercado brasileiro desde 2013 e fechou as portas de sua loja no shopping Cidade Jardim em Sao Paulo e no Fashion Mall, no Rio de Janeiro.
Anteriormente também saíram do Brasil as marcas Kate Spade, Lanvin, Vacheron Constantin e Laudurée.
Artigo produzido por Luz Vaalor, diretora e consultora da Valor LuxuryLab e de
Adriana Valor Perez, consultora no Mercado de Luxo, Ecommerce e Moda
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